Meninos carvoeiros
Os meninos carvoeiros
Passam a caminho da cidade
-- Eh, carvoero!
E vão tocando os animais com um relho enorme.
Os burros são magrinhos e velhos.
Cada um leva seis sacos de carvão de lenha.
A aniagem é toda remendada.
Os carvões caem.
(pela boca da noite vem uma velhinha que os recolhe, dobrando –se com um gemido)
-- Eh, carvoero!!
Só mesmo estas crianças raquíticas
Vão bem com estes burrinhos descadeirados.
A madrugada ingênua parece feita para eles...
Pequenina , ingênua miséria!
Adoráveis carvoeirinhos que trabalhais como se brincásseis!!
-- Eh, carvoero!!
Quando voltam, vêm mordendo num pão encarvoado,
Encarapitados na alimárias,
Apostando corrida,
Dançando , bamboleando nas cangalhas como espantalhos desamparados!!
( Manoel Bandeira, Em Estrela da vida inteirra, RJ 1993, Nova fronteira)
Um comentário:
Beatriz e Giovanna:Eu acho que essas crianças deveriam reservar um tempo pra estudar para quando eles crescerem eles arrangem um emprego bom para ajudar seus pais.bjos
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